Eram 5 horas quando a alvorada de fogos anunciou o início da festa em Salvador. A convidada principal, porém, não havia chegado e ainda se atrasaria por quase quatro horas antes de ser entregue, bela e - pela primeira vez - negra, à comemoração. A escultura de Iemanjá, o principal presente dos pescadores à orixá, deveria ter chegado às 4 horas à Colônia de Pescadores do Rio Vermelho, em torno da qual se concentram as homenagens. Chegou só às 8h45.
O atraso provocou uma longa fila de fiéis, que preferiam entregar as oferendas com a presença da imagem. Alguns devotos passaram duas horas na fila. "A gente espera, vale a pena", resignava-se a empresária sergipana Aline Freitas Campos, ansiosa para pedir "um grande amor" à orixá. "Venho quase todo ano."
Não houve tumultos pelo atraso e a tradição foi mantida: as oferendas, em geral flores, vidros de alfazema e espelhos, foram entregues na colônia e armazenadas em 300 grandes balaios de vime. No fim da tarde, foram levadas ao mar, em barcos que seguiam a embarcação na qual viajava a imagem de Iemanjá.
Segundo o governo do Estado, 400 mil pessoas participaram da celebração.No Rio
Cerca de 3 mil pessoas participaram de uma procissão no centro do Rio, de acordo com os organizadores do evento. Os devotos da umbanda e do candomblé caminharam até Praça 15, onde aproximadamente mil pessoas levaram oferendas à rainha dos mares.
Pela primeira vez em 44 anos, o público pôde viajar gratuitamente e fazer suas homenagens dentro de uma das barcas que fazem a travessia entre o Rio e Niterói. Os devotos se concentraram na Cinelândia e fizeram o percurso de 1 quilômetro sob sol forte e calor de mais de 30º C, aproveitando os trechos de sombra debaixo de marquises e viadutos.
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